Em um mundo com tanta informação sobre alimentação, as pessoas se veem navegando por um mar de dicas e dietas que prometem milagres estéticos e de saúde. Muitas vezes influenciada por imagens perfeitas em redes sociais e revistas, essa é uma busca que pode se tornar cansativa, estressante e difícil de alcançar.
As dietas aparentam ser a solução ideal, mas, em muitos casos, acabam por abrir as portas para uma relação conturbada com a comida e com o próprio corpo e até aumentar o risco de desenvolver transtornos alimentares. No dia 6 de maio é celebrado o Dia Internacional Sem Dietas, uma data que nos convida a refletir sobre essas questões e a olhar para formas mais saudáveis e sustentáveis de nutrição.
E de fato, existem alternativas mais gentis: o Comer Intuitivo é uma delas.
Conhecendo o Comer Intuitivo
Começamos essa conversa no artigo “Fazendo as Pazes com a Comida”, onde abordamos o Mindful Eating e o Comer Emocional. Hoje vamos retomar o papo com o Comer Intuitivo, uma abordagem que olha para a alimentação e nos convida a confiar nos sinais internos do corpo para guiar decisões de quanto, o que e quanto comer.
Em vez de seguir dietas, o Comer Intuitivo fala de três pilares para libertar as pessoas das restrições alimentares e as conduzir a uma alimentação mais consciente e satisfatória: a permissão incondicional para comer em sintonia com os desejos do corpo, comer para atender às necessidades fisiológicas em vez de emocionais, e seguir os sinais internos de fome e saciedade.
Além deles, existem 10 princípios que funcionam como um guia prático para adotar o Comer Intuitivo.
1. Rejeitar a mentalidade de dieta
Em vez de seguir regras externas sobre o que, quando e quanto comer, é hora de sintonizar-se com os sinais do seu próprio corpo. Isso significa reconhecer e respeitar seus sentimentos de fome e saciedade, e confiar em si mesmo para fazer escolhas alimentares que o nutrem e satisfazem.
2. Honrar a fome
É mais do que simplesmente comer quando o estômago ronca. É sobre reconhecer e respeitar os sinais do seu corpo, garantindo que você está se alimentando de forma adequada para atender às suas necessidades fisiológicas. Então, quando sentir fome, não ignore. Em vez disso, permita-se comer alimentos que o façam se sentir energizado e satisfeito, como por exemplo uma deliciosa macarronada com uma massa Basilar e um molho à bolonhesa.
3. Fazer as pazes com a comida
A comida não deve ser um inimigo a ser combatido, mas sim uma fonte de prazer e nutrição. Abandone as restrições e se permita desfrutar de todos os alimentos sem culpa ou julgamento. Então, se você está com vontade de comer, por exemplo, as Tortillas Chips da Frontera com guacamole, não se prive. Aprecie cada mordida sem remorso.
4. Desafiar o policial alimentar
Quantas vezes nos pegamos pensando em termos de “certo” e “errado” quando se trata de comida? É hora de desafiar o policial alimentar que habita em nossas mentes e substituir o julgamento por gentileza e aceitação. Permita-se experimentar diferentes alimentos sem se castigar por suas escolhas. Lembre-se, a comida não tem poder sobre você, a menos que você lhe dê.
5. Sentir a saciedade
Assim como é importante honrar a fome, também é fundamental reconhecer os sinais de saciedade do seu corpo. Coma com atenção e calma, prestando atenção aos sinais que seu corpo lhe dá. Quando se sentir satisfeito, pare de comer. Não há necessidade de se empanturrar até se sentir desconfortável. Aprenda a respeitar os limites do seu corpo.
6. Descobrir o fator satisfação
A comida não é apenas uma fonte de nutrição, mas também uma fonte de prazer e satisfação. Permita-se comer alimentos que tragam alegria, sem se preocupar com contagem de calorias ou restrições. Se você está com saudade do biscoito maizena da Piraquê que comia quando criança, vá em frente e desfrute. A vida é muito curta para negar-se os pequenos prazeres.
7. Lidar com as suas emoções com gentileza
É comum recorrer à comida em momentos de estresse, tristeza ou tédio. No entanto, é importante aprender maneiras saudáveis de lidar com as emoções sem usar a comida como uma muleta emocional. Encontre outras formas de conforto e distração, como praticar exercícios, meditar ou conversar com um amigo.
8. Respeitar o seu corpo
Respeitar o seu corpo é fundamental para adotar uma abordagem gentil e intuitiva em relação à alimentação. Independentemente de seu tamanho ou forma, seu corpo merece amor e respeito. Em vez de se concentrar em mudá-lo, aprenda a aceitá-lo como ele é e agradecer por tudo o que faz por você.
9. Movimentar-se – sentindo a diferença
O movimento não deve ser uma forma de punição pelo que você comeu, mas sim uma maneira de se conectar com seu corpo e se sentir bem. Escolha atividades que lhe tragam prazer e bem-estar, em vez de se preocupar com queimar calorias ou moldar seu corpo de uma certa maneira. Dance, caminhe, nade – faça o que fizer você se sentir vivo e vibrante.
10. Honrar a saúde com nutrição gentil
Por fim, escolha uma nutrição gentil que priorize alimentos nutritivos e balanceados. Não se trata de seguir regras estritas, mas sim de fazer escolhas que promovam o bem-estar do seu corpo e da sua mente. Permita-se desfrutar de uma variedade de alimentos coloridos e nutritivos, sabendo que está cuidando de si mesmo de uma maneira amorosa e compassiva.
O Comer Intuitivo não é apenas uma maneira de se alimentar, é um convite para transformar sua relação com a comida e com seu corpo. Não se trata de perfeição, mas de aprender a se conectar com as necessidades reais do seu corpo e de responder a elas com gentileza e respeito. A melhor maneira de cuidar de si mesmo é ouvir e respeitar o incrível corpo que você tem.
Desenvolvido por:
Equilibrium Latam consultoria de saúde e nutrição
REFERÊNCIAS
Alvarenga MS, Figueiredo M. Comer Intuitivo. In: Nutrição Comportamental. 2 ed. São Paulo: Manole; 2019.
Cuppari et al (2022). Effect of a nutritional behavioral intervention on intuitive eating in overweight women with chronic kidney disease. J Ren Nutr 2022 Feb 2; S1051-2276.
Van Dyke N., & E. Drinkwater (2022). Intuitive eating is positively associated with indicators of physical and mental health among rural Australian adults. Aust J Rural Health. 2022 Mar 3. doi: 10.1111/ajr.12856.