Nos últimos anos, a ciência vem revelando, com clareza cada vez maior, a interconexão entre os sistemas do corpo humano, assim, destacando que a saúde de um órgão não pode ser considerada de forma isolada. Nessas interconexões, a relação entre o cérebro, o intestino e o coração destaca-se como um eixo central na promoção da saúde integral.
A complexa interação entre esses três órgãos sugere que intervenções nutricionais e de estilo de vida podem ter um impacto profundo e abrangente na saúde. Neste artigo, exploramos como o cérebro, o intestino e o coração estão interligados, confira a seguir.
Eixo intestino-coração: influência da disbiose em doenças cardiovasculares
Estudos recentes têm mostrado que as mudanças na composição da microbiota intestinal desempenham um papel crucial no desenvolvimento de várias doenças, inclusive doenças cardiovasculares (DCVs). Por isso, a disbiose intestinal foi inclusa como fator de risco significativo para o desenvolvimento de DCV (Lerner et al., 2021).
Em muitos aspectos, a homeostase da microbiota intestinal é essencial para manter a saúde humana, isso porque ela influencia na digestão de nutrientes, na produção de vitaminas e hormônios, no funcionamento do sistema imunológico e na prevenção da colonização por patobiontes (Lerner et al., 2021).
Além disso, o débito cardíaco reduzido associado à DCV pode levar ao desenvolvimento de edema na parede intestinal e isquemia intestinal, o que é capaz alterar a estrutura e a função do intestino. Essas mudanças promoveriam a translocação bacteriana e agravariam a patologia da DCV, pelo menos em parte, ativando a inflamação sistêmica (Lerner et al., 2021).
Eixo intestino-cérebro
Eixo intestino-cérebro é o conjunto de vias neurais e gânglios que envolve o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso entérico (SNE). Esse eixo é a relação entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso central, no intestino, o sistema entérico regula algumas funções, tais como secreção e motilidade (Fonseca et al., 2022).
As bactérias intestinais podem regular o comportamento cerebral por vias de sinalização metabólica, endócrina, imunológica e neural. Elas têm a capacidade de reduzir inflamações de baixo grau e sintetizar grande parte dos neurotransmissores que desempenham um papel fundamental na regulação da atividade emocional como sistema serotoninérgico (Fonseca et al., 2022).
No entanto, quando em desequilíbrio, a microbiota não consegue desenvolver esse papel adequadamente. De tal forma é possível correlacionar o papel da microbiota intestinal sobre as emoções e comportamentos (Fonseca et al., 2022).
Outra possível relação seria que a microbiota intestinal, no processo de inflamação, libera citocinas pró-inflamatórias que podem ser prejudiciais ao cérebro, levar a alterações cognitivas como perda de memória, ansiedade, doenças neurodegenerativas e depressão, doenças neurológicas, mas também doenças neurodegenerativas (Fonseca et al., 2022).
Como a nutrição pode ser uma aliada?
Um ensaio clínico randomizado controlado, realizado por Ju et al. (2022), teve como objetivo determinar se as fibras dietéticas provenientes do farelo de aveia poderiam reduzir a frequência cardíaca em pacientes com hipertensão essencial. Os participantes consumiram cerca de 21g de fibras por dia durante 3 meses.
Com base nos resultados do estudo, os autores concluíram que o farelo de aveia pode ser benéfico na redução da frequência cardíaca em pacientes com hipertensão essencial e ser uma estratégia útil para melhorar efetivamente a frequência cardíaca em pacientes com hipertensão (Ju et al., 2022).
Já quanto ao intestino, estudos mostram que a aveia possui fitoquímicos únicos, incluindo alto teor de betaglucanas, de lipídios e de compostos fenólicos, que desempenham um papel importante na saúde intestinal (Fabiano et al., 2023).
Efeitos da ingestão de aveia influenciam na modulação intestinal, incluindo o aumento de Lactobacillus, Bifidobacterium e Akkermansia. Além disso, essa ingestão resulta no aumento da produção de butirato, propionato, acetato e ácido valérico (Fabiano et al., 2023).
Esses micróbios e metabólitos são responsáveis por benefícios à saúde, tais como regulação do metabolismo de lipídios e glicose, diminuição do estresse oxidativo e inflamação, diminuição da permeabilidade intestinal e inibição da neuroinflamação (Fabiano et al., 2023).
A interconexão entre o intestino, cérebro e coração mostra a importância de uma abordagem integrativa 360º na prática clínica. A saúde de um órgão afeta diretamente o funcionamento dos outros, e intervenções nutricionais direcionadas podem desempenhar um papel crucial na modulação dessas interações.
Para colocar em prática
A interconexão entre o intestino, cérebro e coração mostra a importância de uma abordagem integrativa 360º na prática clínica. A saúde de um órgão afeta diretamente o funcionamento dos outros, e intervenções nutricionais direcionadas podem desempenhar um papel crucial na modulação dessas interações.
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Referências
LERNER, A. et al. Feed your microbiome and your heart: the gut-heart axis. Frontiers In Bioscience, [S. l.], v. 26, n. 3, p. 468-477, 2021. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33049678/. Acesso em: 13 ago. 2024.
FONSECA, E. N. da. et al. O estudo do eixo intestino-cérebro e sua influência nas doenças neurodegenerativas – uma revisão de literatura. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e281111638185, 2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38185. Acesso em: 13 ago. 2024.
JU, Y. et al. Effect of Dietary Fiber (Oat Bran) Supplement in Heart Rate Lowering in Patients with Hypertension: a randomized dash-diet-controlled clinical trial. Nutrients, [S. l.], v. 14, n. 15, p. 3148, 30 jul. 2022. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35956324/. Acesso em: 13 ago. 2024.
FABIANO, G. A. et al. Relationship between Oat Consumption, Gut Microbiota Modulation, and Short-Chain Fatty Acid Synthesis: an integrative review. Nutrients, [S. l.], v. 15, n. 16, p. 3534, 11 ago. 2023. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37630725/. Acesso em: 13 ago. 2024.